18 de novembro de 2010

A morte

Tenho dificuldade de encarar a morte. De entender que aquela pessoa que estava sempre alí do lado simplesmente deixou de existir. Digo "deixou de existir" porque nunca mais poderei encontrará-la fisicamente, sentir seu abraço e sua presença. Embora acredite que seu espírito estará sempre comigo, não consigo aceitar a sua ausência.

Meu cérebro demora a processar esta informação, a excluir essa pessoa do meu dia-a-dia. Sente falta, saudade e lembra de todas as situações que foram vividas.

Sinto que uma pequena parte minha morreu junto, se foi. Já que essa pessoa fazia parte da minha vida e agora simplesmente não está mais presente.

Pra mim não faz sentido velar um corpo sem essência (espírito). Nem gastar muito dinheiro em jazigos, flores e outras coisas do gênero. Acho que temos que fazer pelas pessoas enquanto estão vivas. Dar atenção, se preocupar e ajudar de todas as maneiras possíveis.

E o que fica é saudade. O sentimento de que não aproveitamos todo o tempo possível, de que poderíamos ter feito mais. De que gastamos tanto tempo fazendo coisas banais e não damos valor ao que realmente importa.

Isso são só algumas confissões de uma orfã de pai e avó, que já vivenciou a experiência da morte duas vezes e nunca mais quer ter que enterrar alguém.